sábado, 27 de novembro de 2010

“VOCAÇÃO É VIVER, TORNANDO A VIDA MAIS BELA”

Cada pessoa ou grupo de pessoas recebem de Deus, o convite para uma missão. As Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição de Maria, de Bonlanden receberam, através de seu Fundador Padre Faustino Mauricio Mennel, a nobre missão de Educar pela Palavra e pelo Exemplo. Essa dinâmica mantém vivo o carisma: Servir a Deus em espírito e verdade. (Jo 4)
Educar é o legado que recebemos do fundador. E o compromisso com o irmão necessitado é sempre um apelo forte que anima as Irmãs. Convictas desta importante missão, as Franciscanas de Bonlanden estão presentes em sete Estados do Brasil.
Nesse espaço, faremos memória à Irmã Maria Filomena Lopes Filha, que no final da década de oitenta, integrou a missão em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, ali presente desde 1935. Nessa cidade da Baixada Fluminense, a “Irmã Filó”, como era carinhosamente chamada por suas colegas na Congregação, atuou com dedicado esmero no apoio às famílias carentes e na educação da juventude. Irmã Filomena nasceu no dia 26 de maio de 1946, em São Miguel do Anta, Minas Gerais. Filha do Senhor José Teixeira Lopes e Dona Filomena Lopes, de família numerosa e ardente fervor religioso. Seu terceiro irmão, José Lopes, tornou-se, também, religioso consagrado e padre, na Congregação dos Sacramentinos.
Desde cedo “Filó” alimentava o desejo de se tornar Religiosa Consagrada Franciscana. Não demorou muito e encontrou o seu ninho nas Franciscanas de Bonlanden. Após passar pelas etapas iniciais da formação, a Irmã passou a integrar a comunidade educativa do Instituto de Educação Santo Antonio – IESA.
Em 1986, devido às inúmeras intempéries por que passavam as família ribeirinhas, sofridas por constantes chuvas, enchentes e falta de saneamento básico, a Irmã Filomena decidiu colocar a mão na massa ou seria no arado?
Com o objetivo de remover o povo sofrido daquela área de risco, o projeto resistiu por frutuosos cinco anos. Pela inquietação que origina no batismo, pela consciência e fé cristã, o sofrimento daquele povo deveria ser visto e seu grito aflito, ouvido. Motivada pela Campanha da Fraternidade que teve como tema Terra de Deus, Terra de irmãos, a equipe educativa do IESA, sob sua coordenação, iniciou o projeto de construção de casas populares, em regime de mutirão. Em consonância com nossa missão, as Irmãs e a equipe educativa apostaram no intercâmbio pedagógico entre um grupo de educadores, pais e alunos do Curso Técnico em Eletromecânica e os moradores.
No dizer de São Francisco de Assis, “guiada pelo espírito do Senhor e seu santo modo de operar”, de corpo e alma, a Irmã Filó coordenou o projeto, organizou os grupos de trabalho, supriu com material e supervisionou as obras concretizadas em número e qualidade de vida: famílias mais felizes, habitadas em cento e quarenta e quatro casas, assistidas por uma creche e um posto de saúde. Mas nesse meio, não poderia faltar o templo de Deus e de seu povo. Por isso, um salão e uma Igreja.
Em carta escrita para seus familiares, com data de 07/06/90, Ir. Filomena, afirmou - “vocação é viver, tornando a vida mais bela”. Estas foram suas últimas palavras escritas e que não chegaram a ser enviadas. À tarde desse mesmo dia, Irmã Filó foi ao mutirão levar cimento e havia dito às Irmãs de sua fraternidade: “voltarei as 17horas e 30min. para missa”. Mas não voltou. Junto ao sacrifício de Cristo, deu-se o seu sacrifício. Foi sequestrada, assassinada e deixada em abandono, até que no dia seguinte seu corpo foi encontrado.
Pelo crime impune, pela perda da “Apóstola da Baixada”[1], o povo da favela ficara novamente órfão. Em 2010 fez vinte anos que Irmã Filomena testemunhou a radicalidade do batismo Cristão. Dedicou o vigor de sua vida, a beleza de sua juventude e a alegria de servir a Deus em espírito e verdade.

Faça parte da história de nossa família.
É Deus quem convida você para essa missão!
Seja você também, uma Irmã Franciscana de Bonlanden!

Ir. Zita Maria Dalbianco
Ir. M. Josefina Schäffèr


Nenhum comentário:

Postar um comentário